Gustavo Salgado conta como o grupo tem se tornado um ponto de acolhimento e representatividade para os funcionários negros da Disney Brasil.
Gustavo Salgado, da área comercial da Disney Brasil, diz que o Coletivo T’Challa – iniciativa que reúne os funcionários negros da empresa – é essencial para a companhia.
Segundo ele, o grupo tem importância tanto dentro como fora Companhia, já que forma um lugar seguro para seus participantes compartilharem experiências no âmbito corporativo, além de levar a representatividade e a igualdade racial para os produtos Disney.
A entrada no Coletivo T’Challa: relação curta, mas intensa
Formado em Publicidade e Propaganda, Gustavo começou a trabalhar na empresa há pouco tempo, mas já considera a Disney a “sua casa”.
“Tenho contato com a Marvel desde pequeno e, agora, poder falar de filmes e séries que gosto em reuniões, participar do planejamento do lançamento do Pantera Negra: Wakanda para Sempre, ver o impacto do nosso trabalho nas ruas, é mágico”, afirma Gustavo.
De acordo com o publicitário, ele conheceu o Coletivo T’Challa durante o lançamento de da coleção de roupas Marvel: O Poder é Nosso, projeto com a C&A que convidou cinco artistas pretos a reinterpretar diferentes personagens do Universo Cinematográfico Marvel (UCM).
Saiba mais sobre a importância do Coletivo T’Challa para Gustavo e sua identificação com o personagem Erik Killmonger (Michael B. Jordan) do filme Pantera Negra (2018), a seguir:
Como você entrou no Coletivo T'Challa?
Gustavo Salgado: É até curioso como conheci o Coletivo. Eu cheguei na Disney e não sabia da existência dele, não conhecia muito bem como trabalhava a área de Diversidade e Inclusão, mas na primeira semana de trabalho já teve a festa de lançamento da coleção Marvel: O Poder É Nosso.
Eu me interessei pelo projeto e resolvi comparecer ao evento. Lá, conheci a Rita Oliveira, Head da área de Diversidade e Inclusão da Disney Brasil. Ela me contou mais sobre o Coletivo T’Challa e me apresentou às pessoas: aí foi amor à primeira vista.
Eu me identifiquei com todo mundo, as pessoas me acolheram muito bem e estou até hoje participando dos projetos. O nosso envolvimento é no dia a dia, acontece naturalmente. É um grupo que tem um entrosamento muito legal, vemos os interesses da empresa e damos esse olhar racial que é extremamente importante.
Qual a importância do Coletivo T’Challa?
Gustavo Salgado: O Coletivo é essencial. Primeiro para nós que participamos, porque temos um espaço seguro para falar o que queremos, trazer nossa visão sobre coisas que acontecem dentro da empresa, além de podermos comentar sobre o que vem acontecendo fora dela e como elas reverberam na corporação.
Depois, para a própria Disney Brasil, porque levamos esse olhar racial para os produtos, os lançamentos, os roteiros, somos bastante consultados por todas as áreas.
Além disso, tem sido legal ficar sabendo sobre esses conteúdos diversos dentro da companhia e ativamente levá-los para fora. Eu cresci sem ver personagens pretos, super-heróis pretos.
Fui conhecer o Pantera Negra, de fato, quando a Marvel lançou um filme sobre o personagem. Levar isso para o meu primo pequeno, que está começando a se conhecer como preto, para minha sobrinha e para as demais crianças, é incrível, é muito bom fazer isso.
Você tem uma relação forte com a Marvel?
Gustavo Salgado: Meu contato com a Marvel começou pelos quadrinhos, quando eu era criança. Minha mãe era professora e trazia algumas HQs para eu ler. Depois joguei muito dos videogames da marca.
A paixão pela marca, no entanto, retornou com o UCM. Hoje, sendo um colaborador da Disney e podendo participar de projetos, reuniões onde falamos do Pantera Negra e de outros super-heróis da Marvel, é algo muito emocionante pra mim.
Eu não tive referência preta dentro do que eu gostava de assistir, foram muito poucas as vezes que vi isso ao longo da infância e da adolescência. Hoje, consigo ter bem mais referências e, além disso, ajudo elas a crescer dentro do meu trabalho.
O que eu mais gosto é participar do lançamento de filmes. Ver o projeto que fizemos para a estreia da sequência do Pantera Negra nascer, envolver os demais produtos dos clientes… Tudo isso é muito mágico, faz parte da magia Disney.
Quais momentos do UCM mais o emocionaram?
Gustavo Salgado: Sem dúvida, o Pantera Negra, disponível no Disney+, foi o conteúdo que mais me pegou na questão racial e de representatividade. No lançamento do primeiro filme, eu estava morando na Colômbia em uma cidade com pouquíssimas pessoas pretas. Então, não teve essa grande comoção que rolou aqui. Mesmo assim, fui na estreia e me emocionei muito.
Foi com ele que conheci meu personagem favorito de toda a Marvel, o Erik Killmonger, com quem criei uma grande identificação. Gosto muito de como a Marvel mostra como ninguém é totalmente bom ou ruim e isso tá muito presente nele.
Apesar dele ser um antagonista, ele tem um discurso poderoso sobre o povo preto e isso me impactou muito, é algo que teve forte influência na minha vida pessoal.
Mas, se eu preciso citar um momento que até hoje me arrepia é a batalha final com Thanos em Vingadores: Ultimato, quando o portal é reaberto e vemos o exército de Wakanda liderado por T’Challa chegando. Só de lembrar e descrever essa cena já fico emocionado.