Sucesso no Disney+, Cavaleiro da Lua aborda um tema único e inovador dentro do Universo Marvel: a saúde mental.
Todas as semanas, o espectador é levado a viajar por diversos lugares na série exclusiva do Disney+ Cavaleiro da Lua (Moon Knight): das ruas de Londres ao Egito, e até mais além. Um desses lugares, porém, é bastante misterioso: trata-se da mente de Steven Grant (Oscar Isaac).
O personagem descobre que sofre de uma desordem dissociativa de identidade e, por isso, se vê em guerra com sua própria mente. Por conta desta característica da formação do personagem, a saúde mental também ganha destaque na produção.
Como o tema da saúde mental aparece em Cavaleiro da Lua?
Inspirada nos quadrinhos de mesmo nome, Cavaleiro da Lua é a primeira série da Marvel Studios a mergulhar diretamente nessa área, apresentando um personagem central muito diferente de tudo o que já foi visto no Universo Cinematográfico Marvel (UCM).
Grant é um simplório e pacífico vendedor de uma lojinha de presentes de um museu, que vive assombrado por memórias misteriosas de uma vida que nem de longe parece ser a sua. Em um dado momento, Steven descobre que tem transtorno dissociativo de identidade e que divide seu corpo com Marc Spector (Isaac), o Cavaleiro da Lua, ex-mercenário e a personificação de Khonshu (voz de F. Murray Abraham), deus egípcio da Lua e da vingança.
“O bonito das aventuras do Cavaleiro da Lua é que o personagem sempre foi inclusivo. Ele nunca deixou sua própria condição mental defini-lo. E, portanto, ele nunca permitiu que os rótulos que a sociedade coloca nos outros definissem as pessoas com quem ele se relacionou", destacou Grant Curtis, produtor-executivo da série.
A responsabilidade de falar sobre saúde mental em Cavaleiro da Lua
Ao assumir a responsabilidade de lidar com uma questão tão séria e delicada como a saúde mental em Cavaleiro da Lua, a equipe de criação e produção da série buscou ajuda de profissionais no assunto. Isso porque tratar o tema com seriedade e autenticidade era prioritário.
Segundo Jeremy Slater, roteirista principal da série, “O Cavaleiro da Lua é um guerreiro brutal e intransigente, mas também é um homem em conflito com sua própria mente. Acho que a luta do personagem com sua saúde mental nos permitiu criar um estudo muito interessante de sua psicologia, além de incluir toda a ação e humor que os fãs da Marvel esperam”.
Para ajudar a equipe, o Dr. Paul Puri, psiquiatra e professor clínico assistente da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA) e ex-presidente da Associação de Professores Psiquiátricos Clínicos da UCLA, participou do processo de desenvolvimento da série.
O médico foi consultor na hora de abordar diferentes aspectos do transtorno dissociativo de identidade. Assim, atores e equipe, tanto de criação quanto de produção, puderam entender melhor não apenas a desordem, mas suas implicações.
O elenco de Cavaleiro da Lua também se comprometeu com o tema
Através da série, o público passa a conhecer um novo personagem, com uma condição única, que pode abrir várias possibilidades dentro do Universo Marvel. Para todos os envolvidos na produção, incluindo o elenco, era preciso deixar claro aos fãs que, por trás de cada um dos seis episódios, havia uma equipe trabalhando com seriedade e respeito. Tudo para apresentá-las da forma mais autêntica possível.
Para os atores, a abordagem adequada ao transtorno com o qual Steven Grant tem que lidar foi primordial. “Eu acho que era preciso ser honesto sobre o que é o transtorno dissociativo de identidade e honesto sobre o que muitas pessoas têm que lidar, que é um trauma de infância muito intenso, e como isso se manifesta na vida adulta. Acho que para nós o importante era a autenticidade, ainda mais importante do que comunicar uma história ”, diz Oscar Isaac.
Por sua vez, o ator Ethan Hawke, que interpreta o vilão Arthur Harrow, acrescenta: “É especialmente interessante pegar nosso herói e presenteá-lo com uma verdadeira fonte de sofrimento devido à sua saúde mental. Isso não é uma piada”, diz Hawke. “Trata-se de um homem que está realmente lutando e sofrendo, e é muito interessante ter um protagonista que está passando por um grande sofrimento e que não é um herói clássico”.