De onde o diretor tirou suas inspirações e como foi para Simu Liu treinar para ser o herói
Shang-Chi e A Lenda dos Dez Anéis chega finalmente ao Disney+ em novembro. A história acompanha o herói Shang-Chi (interpretado por Simu Liu), que depois de deixar um passado sombrio é forçado a encará-lo de frente se quiser ajudar a salvar o mundo. Em seu caminho, estará a misteriosa organização dos Dez Anéis.
Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis | Marvel Studios | Trailer 2 Oficial Legendado
O filme também é estrelado por Tony Leung como Wenwu, Awkwafina como Katy, amiga de Shang-Chi, Michelle Yeoh como Ying Nan, Meng'er Zhang como a irmã afastada de Shang-Chi, bem como Fala Chen, Sir Ben Kingsley, Florian Munteanu e Ronny Chieng. O filme é dirigido por Destin Daniel Cretton, que também escreveu o roteiro junto de David Callaham e Andrew Lanham.
Se você quer entender de onde surgiu a ideia de fazer o filme, como foi a preparação de atores e os desafios enfrentados por eles, preparamos algumas curiosidades.
O diretor Destin Daniel Cretton se inspirou em um trabalho antigo para criar o longa
Segundo o diretor Destin Daniel Cretton, suas experiências passadas influenciaram muito a forma como ele escolheu direcionar a história. Para surpresa de muitos, uma dessas experiências foi seu trabalho como babá antes de ir para a escola de cinema.
"Esse trabalho afetou minha vida inteira, minha visão de mundo. As histórias pelas quais sou atraído são uma combinação de humor e otimismo, mas também sem fugir da dor e realidade que todos nós experimentamos como humanos”, disse ele em uma coletiva de imprensa.
De acordo com ele, a jornada de Shang-Chi o atraiu de primeira justamente por encapsular esses valores que ele aprendeu ajudando jovens. “Este não é um herói que simplesmente ganhou seus poderes. Ele passa por uma jornada de autodescoberta, de crescimento, de aceitação”, explica.
“Quando ele finalmente se torna capaz de aceitar e abraçar o seu passado, com tudo que há de bom, mau, alegre e triste é que ele se encontra e passa a ser o herói que esperamos que ele seja. No final, essa é a história de todos nós”, conclui.
Cretton recebeu conselhos de outro diretor da Marvel
No entanto, Cretton explicou que um grande projeto como esse teve vários desafios, o que lhe deu apreensão no início. Na verdade, ele chegou a dizer a seu agente para recusar qualquer oferta vinda da Marvel. “Eu tinha um medo pessoal em relação a encarar algo tão grande, mas as coisas mudaram quando anunciaram a produção de Shang-Chi. Eu me senti atraído pela história e repensei a decisão”, conta ele.
“Foi aí que tive uma conversa com Ryan Coogler, o diretor de Pantera Negra”, disse Cretton. Segundo ele, o papo com o colega o acalmou e o deixou confiante para seguir com o projeto. "Ele me disse que a pressão seria difícil, mas que ela não viria das pessoas com quem eu estaria trabalhando. E foi isso que eu descobri. Este é um lugar muito especial para trabalhar, com muita curiosidade e vontade de explorar”, afirmou ele.
De acordo com Cretton, a disposição para assumir riscos e aproveitar oportunidades de todo o pessoal envolvido com o projeto foi o que garantiu seu sucesso.
A inclusão de minorias foi algo importante para os criadores
Os produtores do filme, Kevin Feige e Jonathan Schwartz, fizeram questão de fazer o filme não só pela história do personagem, mas também por tudo o que ele representa para a minoria asiática nos Estados Unidos. “Queríamos trazer novos tipos de heróis para o Universo Marvel”, afirmou Feige em coletiva.
“Shang-Chi não é apenas um coadjuvante. Ele é tão poderoso quanto qualquer outro herói da Marvel, algo pouco visto até recentemente”, disse Cretton.
“Os motivos para contar essa história são muito claros. É uma forma de representar a memória, a ancestralidade, a perda e as famílias que se separam, se reúnem e são reconfiguradas”, explicou Sir Ben Kingsley, que interpreta Trevor Slattery.
Mandarim
Refletindo sobre a inclusão do mandarim coloquial no cinema ocidental, especificamente em um filme de grande sucesso da Marvel, Cretton explica que “o idioma a ser falado é algo lógico de cada personagem, da onde ele é, qual seria sua escolha natural”.
Em uma das cenas do filme, por exemplo, dois personagens fazem referência ao “dialeto” falado por norte-americanos de ascendência chinesa. “Você nunca vê esse tipo de diálogo em um filme gigante como esse, foi muito legal incluírem isso”, afirma Awkwafina, que interpreta Katy.
"O que eu realmente gosto é que temos diferentes sotaques chineses, assim como qualquer outro filme. Não fomos encaixotados numa mesma caixa", explica Ronny Chieng, que atua como Jon-Jon no longa.
Cenas de ação
Outro grande componente de Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis foram suas sequências de ação e luta, que levaram os atores a fazerem coisas que nunca haviam tentado antes.
Awkwafina comentou que chegou a aprender drift, arco e flecha e um pouco de paraquedismo.
Simu Liu, que faz o protagonista, precisou passar por treinos intensos diários para chegar ao condicionamento físico para o herói. “Eu levantava pesos todos os dias e chegava até a vomitar algumas vezes de tanto esforço. Mas depois você pega o jeito, principalmente em treinos para fortalecer as pernas e dar saltos e chutes altos”, disse ele.
Grandes atores
Outro ponto forte do filme foi unir os jovens talentos como Liu, Awkwafina e Zhang, com lendas do cinema como Tony Leung, Michelle Yeoh e Sir Ben Kingsley.
"Era como a síndrome do impostor todos os dias", disse Liu. "Não, de verdade, foi um prazer, claro, mas dava um pouco de medo de estragar tudo na frente desses gigantes”. Segundo ele, Awkwafina o ajudou a superar esses sentimentos de insegurança.
"Quando fui escalado pela primeira vez, fiz meu teste final de tela com ela e nos demos muito bem. Foi muito importante para mim porque eu era um ator pequeno de Toronto, nunca me imaginei parte do MCU”, conta ele.
Sir Kingsley também explicou porque resolveu aceitar o papel de Trevor Slattery em primeiro lugar, e os motivos para reprisá-lo uma década depois. "Kevin Feige veio à minha casa em Oxfordshire e contou a ideia de interpretar o mesmo papel com personalidades diferentes. Fiquei intrigado com isso e aceitei”, disse ele.
"Trevor tem seus problemas, mas encontra em si mesmo momentos de empatia e gentileza, e acho que isso transparece em muitas cenas", afirmou Kingsley, "Além disso, há uma sabedoria que ele não acredita que possui. Eu gostei de trabalhar neste filme e Homem de Ferro 3, porque é tudo sobre potencial e é encontrar o nosso eu verdadeiro, que pode ficar distorcido com a vida, mas sempre pode ser descoberto”.