Mila no Multiverso é a primeira série brasileira de ficção-científica produzida pelo Disney+ e está com seus oito episódios completos disponíveis no serviço de streaming.
Na história, a protagonista Mila (Laura Luz) descobre um dispositivo capaz de transportá-la para universos paralelos – e usa o objeto para tentar localizar sua mãe, Elis (Malu Mader), uma cientista que desapareceu.
Quando a jovem descobre uma conspiração envolvendo os misteriosos vilões Operadores, ela vê sua vida e a de todos a sua volta ficar ameaçada.
Entrevista com a diretora Júlia Jordão
A série aborda o conceito de multiverso – que seria a possibilidade de várias realidades diferentes existirem ao mesmo tempo, cada uma com suas características próprias.
Esse foi um dos temas abordados em entrevista exclusiva da Disney Brasil com a diretora Júlia Jordão, que dirige a série juntamente com Jéssica Queiroz. Confira, abaixo, os principais trechos da conversa com a cineasta:
DISNEY: Em termos de referências (tanto na parte visual e narrativa), quais obras inspiraram Mila no Multiverso? A caracterização dos Operadores lembra muito os stormtroopers e o próprio Darth Vader de Star Wars. Houve realmente essa inspiração?
Júlia Jordão: Os filmes e séries da Disney foram grandes inspirações para Mila no Multiverso, afinal estamos em um streaming cuja especialidade é a fantasia. Sobre a parte da construção visual do universo, tivemos muita inspiração na arquitetura e design sustentáveis, sempre pensando no Brasil.
Pesquisamos, por exemplo, materiais de construção que existem aqui e que são alinhados com a filosofia do Universo Alquímico. Um exemplo é a taipa [método de construção comum em algumas regiões do Brasil], que está presente por todos os cenários com suas cores terrosas e texturas irregulares.
DISNEY: A série estreou em um momento no qual o tema do multiverso está em alta no cinema (a produção da Marvel é um exemplo disso). Você acredita que essa é uma tendência que veio para ficar?
Júlia Jordão: Eu acho que o multiverso veio para ficar, pois é um assunto muito instigante e com infinitas possibilidades de histórias! Somos seres extremamente criativos. Por isso, a arte tem um papel fundamental no ser humano.
Temos necessidade enorme de escapismos. O multiverso é um ambiente infinito deles, onde podemos sonhar com mundos com regras completamente diferentes das que conhecemos, mas ainda termos uma identificação com esse mundo.
Eles são uma outra versão, melhorada ou não, de nós mesmos. Mila no Multiverso mostra bem isso. Está tudo lá: os professores da Mila, os amigos da Mila, a mãe da Mila… Mas completamente diferentes, agindo conforme as regras deste novo universo. Isso é fascinante de explorar, tanto como espectador quanto quem cria.
DISNEY: Mila no Multiverso é a primeira série de ficção-científica brasileira do Disney+. Você acredita que estamos em um momento de mudança na produção nacional, principalmente com o crescimento do streaming?
Júlia Jordão: Com certeza! É uma mudança muito boa! Com a chegada dos streamings, vimos o mercado crescer, com roteiristas tendo oportunidades de se formarem, diretores evoluírem, equipe amadurecendo, etc.
Tem sido uma oportunidade única na história do nosso mercado e acho que temos visto produções cada vez melhores e mais maduras.
Os artistas brasileiros são extremamente talentosos e criativos e acho que é um mercado que vale a pena investir. Acredito que vamos ver muitas séries nacionais como a da Mila por aí.
DISNEY: A série une um elenco bastante jovem com outros nomes já experientes e conhecidos do cinema e da televisão (como a atriz Malu Mader, por exemplo). Como foi trabalhar com diferentes gerações em um projeto como esse?
Júlia Jordão: Foi uma experiência maravilhosa. Para começar, o nosso elenco jovem estava ansioso para aprender, apesar da abundância de talento deles.
Todos estavam muito atentos à escuta, e isso foi importante para o crescimento deles como artistas. Por outro lado, nosso elenco mais experiente estava muito disposto e aberto a acolher nossos jovens, sempre com respeito e carinho.
Foi uma troca positiva e um processo muito bonito de acompanhar. Quem mais ganhou foi a série, que tem um jogo maravilhoso entre as duas gerações de talentos.