Conheça algumas HQs e personagens da Marvel que foram marcantes na história dos quadrinhos.
Reconhecido internacionalmente como o Mês do Orgulho LGBTQ+, junho é um período em que a diversidade e o amor são celebrados. Mas, para além das comemorações, também é uma época em que a representatividade ganha ainda mais força.
Para reforçar o movimento de conscientização promovido pela data, listamos a seguir alguns momentos icônicos das HQs da Marvel que inspiraram leitores com seus personagens — e criadores — representantes da comunidade LGBTQ+.
Mês do Orgulho na Marvel: primeiro personagem gay
Revista: “Alpha Flight” (1983)
Personagem marcante: Jean-Paul Beaubier/Estrela Polar
Publicada em 1992, uma simples página da edição #106 “Alpha Flight” abriu o caminho para a representatividade na indústria das histórias em quadrinhos. Nela, o personagem Northstar (Estrela Polar), participante da equipe de super-heróis Alpha Flight, acaba fazendo uma importante declaração: “Eu sou gay”.
A orientação sexual do personagem nunca foi ocultada do público. Porém somente após quase 100 edições, o assunto foi abordado de forma direta. Em todo caso, aquela frase, neste quadrinho específico, marcou o início de uma transformação.
Mês do Orgulho na Marvel: Mais do que amigas
Revistas: “Fabulosos X-Men” (1963), “X-Treme X-Men” (2001), “X-Men” (2019)
Personagens marcantes: Raven Darkhölme/Mística e Irene Adler/Sina
Desde sua criação, a personagem Mística — alter-ego de Raven Darkhölme — ultrapassa limites quando o tema é identidade de gênero. Mas foi em seu relacionamento com Sina (Irene Adler) que o público conheceu seu lado romântico.
Na edição #141 de “Fabulosos X-Men”, as duas se referem uma à outra como “amiga”. Mas não demorou até os fãs perceberem que havia algo mais. Em “X-treme X-Men” #1, de 2001, Sina é descrita como “o verdadeiro amor” de Mística pela primeira vez.
E foi na edição #6 de "X-Men" (2019) que o escritor Jonathan Hickman deu ao relacionamento delas o peso necessário ao declará-las casadas.
Mês do Orgulho na Marvel: o primeiro beijo gay em HQs pop
Revistas: “X-Force” (1991), “X-Factor” (2009)
Personagens marcantes: Julio Richter/Rictor e Gaveedra-seven/Shatterstar
Os dois personagens mantinham uma amizade de longa data mostrada nas HQs de “X-Force” (1991). Porém, na edição #45 de X-Factor, de 2009, o relacionamento deles alcançou o próximo nível. Rictor e Shatterstar protagonizaram o primeiro beijo entre personagens de mesmo gênero em uma história em quadrinhos popular.
Mês do Orgulho na Marvel: um relacionamento queer adolescente
Revistas: “Jovens Vingadores” (2005), “Vingadores: A Cruzada das Crianças” (2010)
Personagens marcantes: Billy Kaplan/Wiccano e Theodore “Teddy” Altman/Hulkling
Desde as primeiras edições de “Jovens Vingadores”, Wiccano e Hulkling demonstraram ter bastante química. Porém, foi somente durante “Vingadores: A Cruzada das Crianças” que os personagens assumiram um romance.
Ao mostrar um relacionamento queer entre super-heróis adolescentes — e a consequente aceitação por parte de família, amigos e demais super-heróis, a obra discute afetividade e convida o leitor a encarar e buscar essa espontaneidade.
Mês do Orgulho na Marvel: o primeiro casamento gay em HQs populares
Revista: “Surpreendentes X-Men” (2004)
Personagens marcantes: Estrela Polar e Kyle Jinadu
Fazendo História mais uma vez, o super-herói Northstar (Estrela Polar) também protagoniza o primeiro casamento entre personagens do mesmo gênero em quadrinhos mainstream. Na edição #51 de “Surpreendentes X-Men”, ele sobe ao altar com o ex-promotor de negócios Kyle Jinadu, seu parceiro de longa data.
Mês do Orgulho na Marvel: a diversidade de existências
Revistas: “Loki: Agente de Asgard” (2014), “Thor” (2007)
Personagem marcante: Loki
O Deus da Trapaça fez jus a seu nome nas histórias de “Loki: Agente de Asgard”. Ele mentiu, trapaceou, enganou, roubou e assumiu diferentes formas ao longo de sua jornada. Algumas delas, femininas.
A primeira vez que a forma feminina de Loki apareceu foi na edição #7 de “Thor”. Ela também voltou em edições como “Mundo Sombrio” Desde então, ele já foi retratado com diferentes gêneros, idades e até espécies.
Mês do Orgulho na Marvel: o primeiro protagonista gay a ter uma HQ solo
Revistas: “Novíssimos X-Men” (2012), “Fabulosos X-Men” (2013), “Homem de Gelo” (2017)
Personagem marcante: Robert Louis "Bobby" Drake/ Homem de Gelo
Em “Novíssimos X-Men”, o jovem Bobby está em conflito devido a um segredo que guardou por muito tempo: sua orientação sexual. Já adulto, o ex-aluno do Professor Xavier tem um encontro consigo mesmo, em sua versão adolescente na edição #600 de “Fabulosos X-Men”.
Com a ajuda de Jean Grey, esta viagem no tempo leva Bobby a assumir sua sexualidade. Agora protagonizando suas próprias histórias, o Homem de Gelo se torna o primeiro protagonista gay a ter uma HQ só para si. Na obra, ele continua lidando com alguns dramas familiares, supervilões, amigos novos e antigos e até mesmo relacionamentos.
Mês do Orgulho na Marvel: primeira drag queen Super Hero
Revistas: “Homem de Gelo” (2018), “Uncanny X-Men: Winter’s End” (2017)
Personagem marcante: Shade/Darkveil
A primeira drag queen super hero em uma HQ de super-heróis popular fez sua estreia em “Homem de Gelo” #4, mas ainda com outro nome. Foi em “Uncanny X-Men: Winter’s End” que ela mudou seu nome e seu jeito de ser.
De dia, assume a personalidade de Darnell Wade, enquanto de noite, com o poder da Darkforce, é Shade, que controla as forças da sombra e da escuridão, além de ter a capacidade de teletransportar a si e a outras pessoas.
Mês do Orgulho na Marvel: primeira personagem trans
Revista: “O Imortal Hulk” (2018)
Personagem marcante: Dra. Charlene McGowan
A dra. Charlene McGowan é apresentada ao público na edição #6 de “O Imortal Hulk”. Porém, na edição #33, em uma conversa com Leonard Samson, ela revela ser trans. Al Ewing, criador da personagem, fez parceria com a artista e autora Crystal Frasier, a fim de trazer uma voz mais autêntica à McGowan.
Mês do Orgulho na Marvel: a voz da diversidade
Revista: “Marvel Voices” (2020)
Personagens marcantes: Todos
Em “Assemble”, da antologia “Marvel Voices”, uma grande variedade de super-heróis LGBTQIA+, como Loki, aparece. Os personagens levam seu orgulho às ruas, como forma de defender e dar visibilidade à causa
A história foi escrita e desenhada pelo argentino Luciano Vecchio, que, além de celebrar a diversidade, também quis prestar homenagem a nomes importantes e militantes como Marsha P. Johnson e Sylvia Rivera, que participaram da Revolta de Stonewall em Nova York, em 1969.