O diretor supervisor por trás da mais nova série original Disney+ conversa sobre a produção de uma das mais aguardadas séries de animação do ano.
Tudo começou com um lanche no Burger King. Em 1980, Brad Rau tinha cinco anos e sua mãe decidiu levar ele e seu irmão para verem Star Wars: O Império Contra-Ataca. Brad nunca tinha visto Star Wars, mas isso não parecia importar. Como a maioria das crianças, ele adorava filmes, e uma visita à casa do Whopper tornava a saída ainda interessante.
“Eu tinha algumas iscas de frango, o molho de churrasco e o copo do Império Contra-Ataca. Eu não tinha ideia de quem eram esses personagens, mas cada um de nós pegou seu copo e fomos ver o filme”, Rau disse ao StarWars.com. “Não estou exagerando quando digo que mudou nossas vidas. Mudou nossas vidas! Tudo depois disso foi Star Wars.” Essa experiência o tornou um fã, mas também colocou a vida dele em um curso muito específico. “A partir daí, assistindo aos vídeos dos bastidores do processo na ILM [a divisão de efeitos especiais da LucasFilms], eu nem sabia o que significava. Era apenas, 'Eu tenho que fazer isso. Tenho que encontrar uma maneira de trabalhar em Star Wars.’”
O Brad de cinco anos ficaria feliz em saber que conseguiu. Rau é o diretor supervisor de Star Wars:The Bad Batch, a nova série animada da Lucasfilm, que chega em 4 de maio ao Disney+. Rau foi escolhido para o trabalho pelo produtor executivo Dave Filoni, diretor de longa data da Lucasfilm Animation e um dos líderes criativos de O Mandalorian com passagens pela direção de Star Wars: Rebeldes, Star Wars: Forças do Destino e Star Wars: A Resistência. "É a realização de um sonho!", ele diz. "Eu adorei."
The Bad Batch vêm da temporada final de Star Wars: Guerra dos Clones, que introduziu a Força Clone 99: um esquadrão de elite de clone troopers com cobiçadas mutações genéticas, daí o apelido The Bad Batch, ou Os Mal Feitos. Temos Hunter, o líder da equipe com frases intensas e uma tatuagem radical no rosto; Crosshair, o melhor atirador de elite mas esquentado; Wrecker (demolidor), cujo nome basicamente diz tudo; Tech, o gênio da informática; e Echo, um clone que se tornou um ciborgue e que se sente mais à vontade com essa turma heterogênea. A série começa bem no final da Guerra dos Clones e do extermínio da Ordem Jedi, encontrando os The Bad Batch fugindo do Império recém-formado – e talvez mais significativamente, de seus irmãos no Exército dos Clones. De certa forma, os The Bad Batch estão na mesma posição que os fãs que passaram a amar os clones por meio de Guerra dos Clones: eles têm que enfrentar uma nova realidade na qual esses ex-heróis agora são vilões.
“É algo com que lidamos o tempo todo quando falamos sobre o arco geral da série e episódios individuais. Essa equipe, como eles veem seus irmãos, é uma coisa muito interessante. Dave Filoni teve essa grande ideia de começar a tirar cores da armadura dos clones troopers. Como o Império começou a se erguer e a exercer poder, ele achou que seria legal se ele se tornasse menos colorido, menos individual, menos único”, diz Rau. “Nós não medimos esforços com os The Bad Batch – quando estamos lutando contra os clones, na maioria das vezes, eles são clones impressionantes. Eles não estão apenas matando caras a torto e a direito. Não é algo sobre o qual falamos muito, mas é algo que colocamos no DNA da série, porque é muito importante como eles lidam com seus irmãos.”
Apesar de estar profundamente ligada aos eventos de Star Wars e Guerras dos Clones, The Bad Batch não é uma série apenas para superfãs. Ao contrário, essa história de uma equipe de renegados foi idealizada para ter um apelo mais amplo. “Queremos que seja algo que qualquer pessoa possa curtir e assistir”, diz Rau. “Eu acho que é muito inteligente voltar para quando Dave e Jen [Corbett, redator-chefe] estavam concebendo a série, desde o início. Mesmo que esses sejam personagens que já vimos, os The Bad Batch, eles são personagens bem novos. Então, se você é do tipo, 'Oh, eu não vi Guerra dos Clones,' você pode começar com nossa série e não vai se sentir por fora.”
Rau concorda que o O Esquadrão Classe A é um possível ponto de contato para a série. “O Esquadrão Classe A é uma ótima analogia. Eu amo O Esquadrão Classe A também. O fato de você ter esse time que está fugindo, os The Bad Batch, do Império, nos dá a oportunidade de seguir esses caras divertidos. Mas eles estão sendo caçados por todo o Império. Então, para onde eles vão? O que vão fazer? Sendo uma unidade de forças especiais de elite que faz um bom trabalho tão dentro dos limites do exército, como o Esquadrão Classe A, o que acontece quando eles saem disso?”
Pelo que parece, eles estão nisso para um choque de realidade. “Como eles vão lidar com a compra de alimentos se nunca precisaram fazer isso? O que eles farão quando as armaduras quebrarem e não puderem levá-las para arrumar no arsenal? Ou quando não houver combustível para a nave? Isso é algo que abordamos imediatamente na série, e isso é muito interessante para nós como criadores”, diz Rau. “É uma espécie de rasteira nesses caras das forças especiais, em que eles têm de lidar com coisas que nunca fizeram antes. E, além disso, eles também se atrapalham e usam suas habilidades individuais para, taticamente, saírem das situações. É basicamente como brincar com bonecos de ação.”
Enquanto todos os membros do The Bad Batch têm seus dons únicos e momentos de fama, Hunter se destaca – e não apenas por causa da tatuagem no rosto e da faixa de cabelo estilo Rambo. “Ele realmente é a consciência da equipe”, diz Rau. “Ele não é apenas o líder do time, mas assume o papel de figura paterna para muitos deles. Tudo o que mencionei sobre como eles lidam com a vida não militar, ele é realmente o cerne de como entramos nisso, e então todos os outros personagens aumentam isso também.”
Uma coisa com a qual os The Bad Batch terão de lidar será, naturalmente, uns com os outros. Só porque são uma equipe, não significa que sempre se darão bem. “Eles são realmente uma equipe desajustada que precisa descobrir como conviver. E eles fazem isso não porque são forçados, mas porque querem”, diz Rau. “Conforme a série avança, nós nos aprofundamos um pouco mais nisso e, realmente, acho que esse é o cerne da história.”
The Bad Batch será o culminar de uma jornada que começou naquele dia fatídico em 1980. E embora o copo do Burger King não tenha sobrevivido após 1981, o amor de Rau por Star Wars continua. “É tão emocionante”, diz ele. “Como um grande fã de Star Wars – isso vai soar estranho porque eu vi esses episódios tantas vezes – estou tão animado para assistir na TV, com minha família. É uma verdadeira festa. Como um dos criadores, estou honrado em fazer parte disso. E espero que os fãs gostem tanto quanto nós. Acho que todo mundo vai encontrar algo para curtir nisso. Estamos emocionados, com certeza.”
Dan Brooks é escritor e editor do StarWars.com. Ele ama Star Wars, ELO e os New York Rangers, Jets e Yankees. Siga-o no Twitter @dan_brooks.
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