Acompanhe a trajetória do chef José Andrés, que lidera a World Central Kitchen, organização que alimentou o Haiti após o terremoto de 2010.
Chegou este mês ao Disney+ o documentário Cozinhas de Emergência (We Feed People), que acompanha o chef José Andrés e sua organização não-governamental World Central Kitchen, que fornece comida a vítimas de desastres naturais.
O filme, dirigido pelo vencedor do Oscar© Ron Howard, é exclusivo para assinantes do Disney+, assim como diversos outros conteúdos disponíveis na plataforma, como Tico e Teco: Defensores da Lei, Cavaleiro da Lua e Os Tênis Encantados.
Como começa Cozinhas de Emergência?
O documentário se inicia com Andrés viajando na traseira de um grande veículo carregado com comida quente para distribuir aos moradores da Carolina do Norte, nos EUA, após o furacão Florence, de 2018.
De repente, o caminhão desliza para fora de uma estrada que o motorista supôs estar lá, mas que foi engolida pelas águas da enchente. É assim que somos apresentados à realidade da World Central Kitchen, um cotidiano cheio de urgência e necessidade.
Em uma situação dessas, a maioria de nós se desesperaria. Mas não o chef José Andrés, que comanda uma das maiores organizações humanitárias do mundo.
O chef adota uma postura quase sobrenaturalmente calma, como se estivesse tentando salvar somente um prato de queimar na panela – e não a carga de comida que pode alimentar centenas de vidas.
Cozinhas de Emergência: quem é o chef José Andrés
Esse momento captura pelo menos duas características sobre Andrés que o diretor do filme, Ron Howard, investigará mais profundamente ao longo do documentário: sua capacidade de se adaptar rapidamente a qualquer condição e sua vontade inabalável de alimentar pessoas em crise, não importando os obstáculos.
Na era das mudanças climáticas, Howard quer mostrar que, enquanto a Terra possui uma força imprevisível, também temos nossos próprios recursos para continuar lutando e salvando vidas.
Assim, vemos que os objetivos de Andrés, apesar de nobres, podem beirar à obsessão, já que o chef é capaz de colocar a saúde e o bem-estar dele, de sua família e de sua equipe para levar comida aos sobreviventes.
O diretor chega a abordar alguns dos momentos mais complicados da vida do chef e como eles formaram seu caráter. Em determinado momento, Andrés fala sobre sua infância e sua relação complicada com a mãe, que era enfermeira, e cujos rompantes o obrigaram a encontrar “formas de ficar longe de casa”.
Cozinhas de Emergência: conheça a World Central Kitchen
A World Central Kitchen tem cerca de 12 anos de existência. Nasceu em 2010 durante o terremoto do Haiti, mas a organização se destacou depois que o furacão Maria atingiu Porto Rico.
Baseando-se na cinematografia original e em imagens de arquivo da equipe, além de colaboradores do WCK, Howard leva os espectadores de uma área devastada para outra, seja nas Bahamas após o furacão Dorian, ou na cidade de Nova York durante a pandemia, apresentando alguns funcionários e voluntários que fazem a organização tão importante.
Andrés já havia descrito partes do processo de alimentação de pessoas em crise em seu livro de 2018 – “We Fed an Island”. Aqui, o diretor consegue humanizar os personagens traçados pelo chef, mostrando depoimentos das pessoas que, para muitos, realizam milagres.
Cozinhas de Emergência e o 'cozinheiro'
Andrés disse estar feliz pelo resultado do filme. "Sempre somos apoiados pelos moradores de Washington, onde fica nossa sede, agora vamos ser apoiados por muitas pessoas ao redor do mundo", afirmou durante a estreia.
“Adoro a palavra cozinheiro. A palavra cozinheiro em espanhol é 'cocinero' e 'cocinero' é uma pessoa no fogão, sentindo o fogo", diz ele em determinado momento do filme.
“Para mim, ficou muito claro que eu queria criar uma organização que fosse capaz de responder a eventos que perturbam a vida das pessoas”, acrescenta Andrés. “Estamos aqui com uma simples emissão. Para garantir que a comida seja um agente de mudança.”